terça-feira, 31 de março de 2009

O Coroné Caruá esbarrado pela polícia


Soldado de polícia é bicho desenrolado da brucuta, quando se perde no mato vai parar num plantio de melancia.

Certo dia no Ponto de Bloqueio de Sítio dos Nunes, Distrito de Flores, os policiais pararam um veículo de lotação (Veraneio). A bicha vinha entupida de passageiros, um fedor de macaco morto à tapas daqueles. Um soldado se aproximou do veículo se dirigiu ao motorista e falou:

-Bom dia cidadão, nós estamos fazendo uma blitz neste local, por favor, queira o senhor e os passageiros desembarcar do veículo.

Nisso um passageiro gaiato grita lá de dentro: - aqui tem um coronel soldado!

Na hora que ouviu isso, o praça deu uma freada tão brusca que a sola do coturno ficou pronta no asfalto. E gentilmente disse ao dono do carro: - O senhor pode seguir, já que aí vem um coronel, valeu amigo, obrigado e boa viagem. Vão com Deus!

Outro companheiro arisco as palavras do passageiro, foi até a porta do carro que já estava de motor ligado e perguntou: - coronel o senhor comanda qual unidade?

Aí um coroa vermelho que só um pimentão, de chapéu de couro na cabeça respondeu: - meus caros sordados, eu sou o Coroné Pajeú, que faz o programa na Rádio Transertaneja FM, do deputado Inocêncio Oliveira. Quarquer coisa mande as ordi que eu tô à disposição de vocês, inclusive vou mandar um alô pra todos amanhã. Pega os nomes deles aí Cafonão!

Um goba que estava de posse de um mosquetão, entregou a outro companheiro e gritou: - porra nenhuma, eu quero lá saber de alô, bora desce todo mundo que a gente vai fazer um abordagem!

Então todos desceram do carro e foram abordados. Mas o gaiato ainda reclamou: - também a peste desse coroné não serve nem pra mentir, por que tu num disesse que comandava um batalhão, ô misera ruim tu tem que sofrer mermo. Até os soldados cairam na risada com o primo do coroné Caruá.

sábado, 28 de março de 2009

Nêgo Trojão e pirú do Sítio Juá


Juarez Santiago, Nêgo Trojão como é conhecido, jogou em algumas equipes do futebol afogadense. Náutico de Enock, Cenecista, Corinthians de Biro-Biro, Penharol de Marcos, Santos de Ari etc...

Num domingo ensolarado o Penharol de Marcos jogava no Sítio Juá, município de Iguaracy. O time ruim que só peste e o campo, um dos piores da região. Nêgo Trojão geralmente jogava no segundo quadro, já que era o goleiro do time titular.

No intervalo do jogo aspirante ele sempre aprontava as suas. Não tinha um sítio que saísse ileso do negão. Ele inventava de tomar água em casas arredores do campo e não passava nada em branco. Carregava prumo, colher de pedreiro, copo de alumínio, alçapão de passarinho, e um dia sem encontrar nada numa pobre casa, Totó colocou no bolso um ovo de galinha que encontrou no quarto. O ovo ainda estava quentinho, pois acabara de sair do fopa da galinha.

Quando chegou próximo ao campo, um matuto foi dar um abraço no dito cujo e estourou o ovo que estava por baixo da camisa. Aí o negão gritou arretado: - eu não sei o que tem matuto pra tá se agarrando com jogador de rua, inda mais um nego suado, fedendo e que nunca foi famoso. Olha infeliz tu estourasse um ovo que ia beber antes da partida titular, minha virilha está cheia de ovo, agora não vou voltar à mesma casa pra me lavar porque a dona vai ter por falta do bicho debaixo da galinha.

No decorrer da partida principal uma bola foi chutada em direção ao gol de Trojão e foi parar bem distante da barreira da trave. Ele correu para buscá-la, mas demorou uns vinte minutos pra voltar. Os jogadores arretados com a demora, foram atrás do Trojão e o encontraram na beira de um chiqueiro de galinhas, assobiando e um pirú: gulu, gulu, gulu, novamente ele assobiava e o pirú, gulu, gulu, gulu. Aí foi quando um atleta reclamou: Rapaz você não tem vergonha não, de parar o jogo pra tá com essa cachorrada com um piru?

Aí o Trojão respondeu: - Eu já dei uns quinhentos gritos e assobios e este peste não cansou, não sei com agüenta o dia todo GULU, GULU, GULU. Vai te lascar, quem está cansado do bico e da garganta sou eu. Vamos voltar pra pelada no pedregulho!

Juarez Santiago, atualmente está em São Paulo e faz parte da gloriosa Polícia Militar daquele estado.

Os versos inesquecíveis de João Peá


João Neguinho talvez pelo nome não seja muito conhecido em Afogados da Ingazeira. Mas se alguém falar “eu gosto de peá, mas de pelar peá não”, logo lembram. Sim João é conhecido também por não pagar entrada em jogos no Vianão. Ele nunca perdeu a mania de pular o muro, mesmo alto que só a gota serena. O pior é que o infeliz é buchudo. Não sabemos como conseguia saltar de uma altura daquela.

Quando menino João participava de uma festinha na antiga escola de Luiz Alves, Colégio Cenecista Monsenhor Pinto de Campos. Pois bem, a professora diante de um caldeirão de suco de morango, o chamado refresco pó da morte, inventou de chamar os alunos para recitar poesias com o intuito de deixar o ambiente mais descontraído e descobrir novos talentos.

No meio da garotada lá estava João Peá com os olhos grilados no suco e atolado na boca um pedaço de pão com soja, já era o oitavo, sem contar os dezesseis copos de suco que havia tomado. A professora pediu silêncio aos alunos e anunciou:

- Bem gente, vamos começar nosso recital de poesia, quem souber algum verso ou poema favor venha aqui pra frente.

Momento silencioso por alguns segundos e aí surge uma mão levantada, era o João Peá, prontinho para recitar uma poesia de sua autoria. Ao lado do caldeirão de suco, com aquele chapeuzinho de aniversário na cabeça, ele declamou:

-Essa poesia é para a professora, de quem eu gosto muito. Lá vem a lua descendo/ Redonda como uma vara/ Corra professora/ Vai bater na sua cara!

A garotada deu risada a bersa. Aí o Peá se empolgou e concluiu sua participação com outro verso:

Suspiro que vai e vem/ Bate asa que nem um preá/ Se o sol fosse mais baixo/ Eu pulava pra pegar!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Um soldado chamado Bramante


Juvenal Bramante é um policial militar extrovertido e um exímio contador de piadas. Traços característicos de sua identidade que o tornaram conhecido pela tropa do 14º Batalhão, sediado em Serra Talhada.

Certa vez Bramante estava de reforço numa operação em Floresta e numa parada matinal diária, o comandante da operação determinou a todo o efetivo não ausentar-se do quartel nas folgas, e caso necessitasse o PM deveria se distanciar no máximo cem metros do Pelotão.

O soldado Bramante com a garganta coçando e doido para tomar uma “biritinha”, não deu ouvido as palavras do comandante. No primeiro dia de folga foi bater pernas, conhecendo todos os botecos da cidade. Umas aqui, outras ali, outras acolá, e não estava nem aí pra vida, afinal estava num jejum de oito dias sem melar a goela.

Flagrado pelo comandante batendo pernas pela cidade numa distância além da determinada pelo oficial, o gato de botas se ligou no movimento e procurou projetar uma argumentação convicente para o dia seguinte.

Todos em forma de manhã e o comandante irritado com a atitude do Bramante falou: - Eu acredito que os senhores tenham entendido as determinações do comando da Operação Reflorestar, mas alguns estão levando as coisas na brincadeira, não é seu Bramante?

Sem titubear o goba respondeu em cima da bucha: - É, sei do que se tratam as suas indagações. Sou consciente que ultrapassei os cem metros estipulado pelo senhor, mas somando direitinho eu só me distanciei uns mil metros do quartel. Também pudera major, esses caras não querem sair, então peguei cem metros de Valdevino, cem metros de Lima, cem de Silva, cem de Zivanildo, cem de De Lima... E com tantos outros companheiros que não usaram os metros a que têm direito, ainda sobrou uma distância enorme para eu caminhar, afinal tem mais de vinte companheiros.

O comandante ao ouvir a desenrolo do Bramante, foi demovido pela forma interessante da argumentação, respondendo sorrindo em tom de brincadeira: - cuidado com o restinho dos metros que faltam pra você não ir parar no presídio em Paratibe.

E toda tropa em forma deu bastante gargalhada com as trapalhadas do Bramante, que saiu tranqüilo, tranqüilo dessa marmota.

O radialista Carlos Ribeiro


Carlos Ribeiro foi um grande comunicador de rádio que passou por Afogados da Ingazeira em meados dos anos 90.

Ele apresentou um programa de grande audiência na Rádio Transertaneja FM.Certo dia, Ribeiro informou a hora e deu enfoque a uma notícia de forma dramática, estourando a audiência.

- Agora em Afogados da Ingazeira são sete horas e quinze minutos. E daqui a pouco, eu vou detonar uma notícia bombástica para você. Carnaíba está de luto!!!

A notícia pegou o povo de surpresa, pois naquele momento ninguém tinha conhecimento de trágico algum ocorrido no município.

A cidade ficou apreensiva, com aquela pergunta no ar: o que terá acontecido de tão grave para o município ficar de luto? Lideranças políticas, médicos, comerciantes, moradores da zona urbana e rural, ficaram de ouvidos aguçados na notícia.

Era grande a ansiedade e os cinco minutos finais do programa pareciam uma eternidade... Em estilo dramático, característico de Carlos, a notícia chega da forma mais sensacionalista possível:
- São sete horas da manhã e vinte e nove minutos e chegou o momento mais esperado do programa, porque agora nós vamos falar da catástrofe ocorrida em Carnaíba na manhã de hoje!

Os ouvintes aguardavam a notícia de coração na mão, já que Ribeiro anunciara um fato estarrecedor, chocante, lamentoso.

- Confira a hora certa! São sete horas e trinta minutos! Atenção! Conforme anunciamos no início do programa, esta notícia é de dilacerar coração. Carnaíba está de luto!!!! Sabe por quê?
José Francisco Filho, o Didi da Felicidade, deixou o PFL!

E acabou o programa.

 
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